Suécia 1958
Pré Copa do Mundo
A Suécia teve 10 anos para preparar a Copa de 1958. Em um congresso em 1948, em Luxemburgo, a Fifa a definiu provisoriamente, como sede. Em 1954, em Zurique (Suíça), a Suécia foi homologada, mesmo porque não apareceu outro candidato. Foi uma sorte ter definido com antecedência. Desde 1954, a Fifa perdeu seus 3 principais decanos. O belga Rodolphe Seeldrayers, que presidia a entidade desde 1954, morreu em outubro de 1955, aos 78 anos. O francês Henri Delauney, com 72 anos no mês seguinte. Um ano depois, foi a vez de Jules Rimet, então com 83 anos. O ´´pai da Copa`` presidiu a Fifa de 1921 até 1954, quando passou o cargo a Seeldrayers. Sem eles, o comando da Fifa ficou com o Inglês Arthur Drewry.
Cidades e estádios
Cidades-sede: Boras, Eskilstuna, Estocolmo, Gotemburgo, Halmstad, Helsingborg, Malmö, Norrköping, Örebro, Sandviken, Uddevalla e Västeras
Estádios: Ryavallen, Tunavallen, Rasunda, Nya Ullevi, Örjans Vall, Olympiavallen, Malmö Stadion, Idrottsparken, Eyravallen, Jernvallen, Rimnersvallen e Arosvallen
Ausências e presenças
Dos 95 filiados á Fifa, 51 disputaram as Eliminatórias. Além das surpreendentes quedas dos dois bicampeões até então- o Uruguai perdeu para o Paraguai e a Itália não passou pela Irlanda do Norte-, o classificatório teve muitos problemas políticos. No grupo que englobava África e Ásia, os dirigentes da Fifa incluíram Israel. Todas as outras seleções se recusaram a enfrenta-lá. Temendo mais boicotes em plena Copa, a Fifa criou uma repescagem entre Israel e uma outra equipe a ser sorteada. O Uruguai e os segundos colocados dos grupos europeus- Irlanda, Bélgica, Bulgária, País de Gales, Holanda, Polônia, Romênia, Itália, Espanha- foram convidados. Uruguaios e belgas declinaram. O sorteio agraciou o País de Gales. E o time derrotou Israel duas vezes e se classificou para a Copa. Tendo como classificados: Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Escócia, França, Hungria, Inglaterra, Irlanda do Norte, Iugoslávia, México, País de Gales, Paraguai, Suécia, Tchecoslováquia e União Soviética, sendo a União Soviética considerada a grande favorita em razão de ter vencido a olimpíada em 1956.
No sorteio das chaves, realizado em 8 de fevereiro de 1958, a Fifa criou 4 blocos: o dos britânicos (Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales), o dos americanos (Argentina, Brasil, México e Paraguai), o dos socialistas (Hungria, Iugoslávia, Tchecoslováquia e União Soviética) e o das democracias da Europa (Alemanha, Áustria, França e Suécia).
A Fifa ainda criou uma fórmula de disputa que se repetiu até 1970. A 1° fase teria todos os times jogando entre si, dentro das respectivas chaves. Os dois melhores seguiriam para as quartas de final. Se duas equipes terminassem empatadas em 1° lugar, o saldo de gols definiria o 1° e o 2° do grupo. Só haveria jogos-desempate se a igualdade em pontos fosse verificada para decidir o 2° colocado.
Fase de grupos
Grupo A
Alemanha
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas
Tchecoslováquia
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota.
Irlanda do Norte
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota.
*se classificou pelo jogo-desempate contra a Tchecoslováquia
Argentina
2 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Grupo B
França
4 pontos, 3 jogos, 2 vitória, 0 empates e 1 derrotas
Iugoslávia
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas
Paraguai
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota.
Escócia
1 ponto, 3 jogos,0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Grupo C
Suécia
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
Hungria
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota.
País de Gales
3 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 3 empate e 0 derrotas.
*se classificou pelo jogo-desempate contra a Hungria
México
1 ponto, 3 jogos,0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Grupo D
Brasil
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
União Soviética
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
*se classificou pelo jogo-desempate contra a Inglaterra
Inglaterra
3 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 3 empate e 0 derrotas.
Áustria
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Quartas de Final
Alemanha
1
19/6
Iugoslávia
0
França
4
19/6
Irlanda do Norte
0
Suécia
2
19/6
União Soviética
0
Brasil
1
19/6
País de Gales
0
Semifinal
Brasil
5
24/6
França
2
Suécia
3
24/6
Alemanha
1
Disputa do 3° lugar
França
6
28/6
Alemanha
3
A final da Copa
29/6, 15h, Raasunda
Suécia
2
Brasil
5
A seleção brasileira teve duas mudanças para a final. O lateral-direito De Sordi dizia sentir dores (ou,segundo as más línguas, sentia medo) e deu lugar a Djalma Santos. E a camisa amarela deu lugar a uma azul, comprada na véspera-como Brasil e Suécia usavam amarelo, a Fifa fez um sorteio para definir quem trocaria de cor e o Brasil perdeu. Para o técnico da Suécia, George Raynor, as duas trocas fariam mal aos brasileiros. Ele também dizia que uma chuva antes do jogo e um gol logo no início poderiam ajudar o time da casa. Antes da partida, choveu bastante, mas os suecos secaram o campo. E o gol que Raynor esperava saiu logo aos 4 minutos, com Liedholm. O meia Didi pegou a bola de dentro do gol e, enquanto a levava ao círculo central, disse aos colegas: ´´Vamos encher esses gringos de gols, que eles não são de nada`` (Didi confirmou ter dito a frase em depoimento ao jornalista Carlos Nasser, no livro Jogadores Eternos). Logo na saída, ele lançou para Garrincha, que passou por Axbom e chutou na rede do lado de fora. Era um aviso do que estava por vir. Ainda no 1° tempo, o Brasil fez 2 gols em 2 jogadas de Garrincha, que driblou os marcadores e rolou para Vavá marcar. No 2° tempo, Pelé fez 3 a 1, depois de dar um chapéu no zagueiro Gustavsson. Aos 23, Zagallo ampliou. Simonsson descontou, aos 35 minutos. No último minuto, Pelé fechou o placar, de cabeça. O Brasil finalmente era campeão do mundo.
Campeão: Brasil
Jogo histórico
24/6, 19h, Raasunda
Brasil
5
França
2
O Brasil teve um reforço para a semifinal da Copa de 1958, diante da França: o atacante Vavá. Contrariando todos os prognósticos, ele recuperou-se de um corte na perna sofrido diante da União Soviética. E abriu o placar logo a 2 minutos, após o primeiro de muitos passes geniais de Didi. A França empatou aos 9 minutos, com Fontaine. Mas o Brasil não sentiu o gol e cresceu no campo. Aos 13 minutos, Zagallo recebeu de Didi e chutou de trivela. A bola pegou no travessão, dentro do gol, no travessão de novo e voltou para o campo. Porém, o arbítro Benjamin Griffiths não viu o gol e mandou o jogo seguir. Aos 35 minutos, o zagueiro francês Jonquet sofreu uma fratura na fíbula, após dividida com Vavá, e teve que deixar o campo. E, aos 39 minutos, Didi desempatou, num venenoso chute de longe que entrou no ângulo. Nos instantes finais, Garrincha marcou o 3°, mas Griffths, vendo um impedimento inexistente, anulou. No 2° tempo, Jonquet ficou fazendo número na ponta-esquerda. E o Brasil dominou totalmente. Pelé marcou 3 gols entre os 7 e os 31 minutos, mesclando técnica e oportunismo. Nem mesmo a violência dos franceses- que tirou Vavá do jogo, após o 4° gol- intimidou os brasileiros. No fim, Piantoni descontou. A imprensa Francesa até hoje sugere que a saída de Jonquet determinou a derrota. Mas o placar foi elástico demais para se justificar com a ausência de um único jogador.
Curiosidades
Craque
O meia brasileiro Didi
Artilheiro
O francês Just Fontaine, com 13 gols em 6 jogos
Polêmica
Dizia-se que Djalma Santos precisou de um único jogo para ser o escolhido como melhor lateral-direito do Mundial. Mas até 2010, o eleito da Fifa era o sueco Niels Liedholm. Só com a revisão das súmulas de 2010, a entidade passou a considerar Djalma Santos como o melhor da posição
Bola
Top Star
Taça no ar
Quando Bellini recebeu a taça Jules Rimet, os fotógrafos pediam ´´vira para cá``, ´´vira para cá`` para captar a imagem. Acuado, ele ergueu o troféu meio sem querer. O ato inspirou todos os campeões de futebol a partir daí