México 1970
Pré Copa do Mundo
México e Argentina disputaram o privilégio de sediar a Copa de 1970 e apresentaram candidaturas em um congresso durante a Olimpíada de Tóquio (Japão), em 1964. A Argentina, preterida em 1938 e 1962, tinha um cabo eleitoral de peso: o inglês Stanley Rous, presidente da Fifa. Mas os mexicanos tinham a seu favor uma moeda mais forte na economia global e uma tradição maior em Copas - haviam disputado todos os mundiais pós-guerra, enquanto os argentinos faltaram a dois deles. A tradição pesou mais que o cabo eleitoral. Em 8 de outubro de 1964, o México acabou escolhido como país-sede da Copa. Dos 95 votos possíveis, os mexicanos receberam 52, contra 36 argentinos e 7 abstenções.
Bastou o México vencer, contudo, para que as federações britânicas - Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte - começassem a chiar. Diziam elas que a altitude mexicana seria prejudicial aos jogadores. A cidade do México, capital do país, fica a 2.240 metros acima do nível do mar. Mas especialistas em fisiologia esportiva contra-atacaram. De acordo com eles, a altitude seria até benéfica. No ar rarefeito, os jogadores poderiam correr mais rápido e a bola ganharia mais velocidade nos chutes, o que favorecia o número de gols. Só havia um porém: era necessário que as delegações chegassem ao México com pelo menos 20 dias de antecedência, para se aclimatar e não sofrer com os efeitos da altitude.
Cidades e estádios
Cidades-sede: Cidade do México, Guadalajara, León, Puebla e Toluca
Estádios: Azteca, Jalisco, Nou camp, Cuauhtemóc e Luis Dosal
Presenças e ausências
Dos 138 países filiados á Fifa, 71 pretendiam disputar a Copa. Mas Guiné e Zaire perderam o prazo de inscrição. E a Coreia do Norte boicotou por razões políticas. A grande novidade foi a participação de 11 países africanos. O continente ganhou direito a uma vaga própria, que ficou com Marrocos. O classificatório teve surpresas, como as quedas de Argentina, Espanha, França e Portugal. As Eliminatórias inauguraram o sistema de substituição de jogadores, que permitia 2 trocas por equipe em cada partida - a regra 3. Ela era válida há tempos, mas não para competições entre seleções, apenas para amistosos ou jogos entre clubes. Os classificados para esta copa foram: Alemanha, Bélgica, Brasil, Bulgária, El Salvador, Israel, Itália, Marrocos, México, Peru, Romênia, Suécia, Tchecoslováquia, União Soviética e Uruguai, tendo a Inglaterra e a Alemanha como favoritos. No regulamento as principais novidades foram, os cartões amarelo- que significa advertência para um jogador - e vermelho - expulsão, além disso o saldo de gols (não mais o goal average) passava a ser o critério de desempate caso 2 times terminassem com a mesma pontuação na fase de grupos.
Fase de Grupos
Grupo A
União Soviética
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
México
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
Bélgica
2 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
El Salvador
0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empates e 3 derrotas
Grupo B
Itália
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas
Uruguai
3 pontos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
*classificado pelo saldo de gols
Suécia
3 pontos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
*eliminado pelo saldo de gols
Israel
2 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 2 empates e 1 derrota
Grupo C
Brasil
6 pontos, 3 jogos, 3 vitórias, 0 empates e 0 derrotas
Inglaterra
4 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Romênia
2 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Tchecoslováquia
0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empates e 3 derrotas
Grupo D
Alemanha
6 pontos, 3 jogos, 3 vitórias, 0 empates e 0 derrotas
Peru
4 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Bulgária
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Marrocos
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Quartas de Final
14/6
União Soviética
0
14/6
Uruguai
1
Itália
4
14/6
México
1
Brasil
4
14/6
Peru
2
Alemanha
3
14/6
Inglaterra
2
Semifinal
17/6
Brasil
3
17/6
Uruguai
1
Itália
4
17/6
Alemanha
3
Disputa do 3° lugar
20/6
Alemanha
1
Uruguai
0
A final da Copa
21/6, 12:00, Estádio Azteca
Brasil
4
Itália
1
No duelo que faria o 1° tricampeão mundial da história, sabia-se que o Brasil possuía mais time. Mas sabia-se que os italianos eram perigosos nas bolas altas, e que o Brasil era vulnerável na defesa. Os brasileiros passaram alguns sustos no começo, mas abriram o placar aos 18 minutos, com Pelé, de cabeça. A partir daí, a seleção soltou-se, mesmo com o defensor Facchetti não dando sossego a Jairzinho. Porém, bastou uma falha na defesa para que a Itália empatasse, com Boninsegna. Para piorar, o árbitro anulou um gol de Pelé aos 45 minutos, alegando ter apitado o fim do 1° tempo antes de o Brasil finalizar. Na etapa final, o jogo ficou equilibrado até os 21 minutos, quando Gérson recuperou uma bola perto da área e disparou dali mesmo, no canto esquerdo do goleiro Albertosi. O gol desnorteou os italianos e o Brasil aproveitou. Aos 24 minutos, Pelé sofreu uma falta no meio-campo. Houve empurra-empurra. Gérson ficou com a bola e mandou-a para frente. Os italianos ainda estavam em clima de reclamação. Mas Pelé havia saído de fininho de confusão, recebeu o lançamento na área sem ninguém por perto a lhe marcar e ajeitou de cabeça para Jairzinho fazer 3 a 1. Aos 42 minutos, Tostão desarmou Domenghini no campo de defesa e a bola passou pelos pés de outros 6 jogadores até que Pelé recebeu na entrada da área e rolou para o lateral disparar um potente chute cruzado. Com a vitória de 4 a 1, o Brasil era tricampeão mundial.
Campeão: Brasil
Jogo histórico
17/6, 16:00, Estádio Azteca
Itália
4
Alemanha
3
Segundo a imprensa da Alemanha, 5 gols em uma prorrogação é uma coisa sem registro. Principalmente em se tratando de uma semifinal de Copa do Mundo. Mas foi o que aconteceu no México, quando italianos e alemães duelaram por uma vaga na final. Mas, antes dos 30 minutos extras, houve uma partida de 90 minutos. A Itália estava empolgada com a goleada diante do México, nas quartas de final, e fez 1 a 0 logo aos 8 minutos. Com a vantagem no placar, o técnico Ferrucio Valcareggi fez a mesma troca do jogo anterior: sai Mazzola, entra Rivera para o 2° tempo. No outro lado, o técnico Helmut Schön trocou o ponta Löhr e o lateral Patzke pelos ofensivos Held e Libuda - com a entrada deste, Grabowski passou a jogar pelo lado esquerdo. Aos 25 minutos, Beckenbauer foi derrubado por Cera na entrada da área e, na queda deslocou o ombro. Como só eram permitidas 2 substituições, o alemão voltou para o jogo com o braço atado ao corpo, num esforço comovente. Nos descontos, Schnellinger empatou. Aí veio a prorrogação e uma sequência alucinante de gols. Müller fez 2 a 1 para os alemães. A Itália virou, gols de Burgnich e Riva. Faltando 10 minutos, Müller empatou novamente. 1 minuto depois, Rivera fuzilou Maier e marcou o 4° gol da Itália. Ainda havia 9 minutos de jogo, mas esse gol foi demais para os alemães, que já sentiam o cansaço de uma prorrogação contra a Inglaterra, 3 dias antes. A Itália foi á final da Copa.
Curiosidades
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Craque
O brasileiro Pelé
Artilheiro
O alemão Gerd Müller, com 10 gols em 6 jogos
Bola
Telstar
Novidades
A principal novidade deste Mundial, foram os cartões amarelo- que significa advertência para um jogador - e vermelho - expulsão. Além da permissão de 2 substituições por jogo
Mascote
Juanito, menino com sombrero mexicano, nome diminutivo de Juan