França 1998

Pré Copa do Mundo

Desde 1983 a França sonhava em receber novamente uma Copa do Mundo. Num 1° momento, os franceses tinham outros 7 concorrentes: Brasil, Inglaterra, Suíça, Chile, Índia, Marrocos e Portugal. Mas, na reta final, a lista de candidatos ficou restrita a França, Marrocos e Suíça. Os suíços acabaram excluídos da decisão final. No dia 2 de julho de 1992, em votação na sede da Fifa, os franceses levaram a melhor: receberam 12, contra 7 a favor dos marroquinos. Para organizar o torneio, a federação francesa chamou o ex-jogador Michel Platini, craque dos bleus nos anos 80.
O Mundial de 1998 seria o primeiro com 32 seleções, 8 a mais que nas 4 Copas anteriores. Se dependesse do presidente da Fifa, João Havelange, a Copa teria 40 times, mas 32 era um número mais razoável. Havelange recebeu críticas pelo inchaço, já que o aumento nas vagas beneficiava diretamente as federações da Ásia e da África, eleitoras do dirigente brasileiro.


Cidades e estádios

Cidades-sede: Bordeaux, Lens, Lyon, Marselha, Montpellier, Nantes, Paris, Paris (St. Denis), Saint-Ettiene e Toulouse.
Estádios: Parc Lescure, Félix Bollaërt, Gerland, Velodrome, La Mosson, Stade de la Beaujoire, Parc des Princes, Stade de France, Geoffroy Guichard e Municipal.

Parc Lescure* hoje se chama Stade Chaban-Delmas
Parc Lescure* hoje se chama Stade Chaban-Delmas
Gerland
Gerland
La Mosson
La Mosson
Parc des Princes
Parc des Princes
Geoffroy Guichard
Geoffroy Guichard
Félix Bollaërt
Félix Bollaërt
Velodrome
Velodrome
Stade de la Beaujoire
Stade de la Beaujoire
Stade de France
Stade de France
Municipal
Municipal

Presenças e Ausências

Com o aumento de vagas (30) e o aumento no número de países no mundo, não foi de se estranhar que 161 países tivessem inscrito para as Eliminatórias do Mundial, um novo recorde. Dois, Bahamas e Bermuda, acabaram desistindo. O classificatório para 1998 foi o 1° para a maioria dos ´´filhotes`` de Tchecoslováquia (República Tcheca e Eslováquia), Iugoslávia (Iugoslávia (hoje Sérvia e Montenegro), Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia e Macedônia) e União Soviética (Rússia, Ucrânia, Letônia, Estônia, Lituânia, Geórgia, Moldávia, Azerbaijão, Bielorússia e Armênia na Europa e Quirguistão, Uzbequistão, Cazaquistão, Tajiquistão e Turcomenistão na Ásia). De todas as nações, apenas Iugoslávia (hoje Sérvia e Montenegro) e Croácia foram á Copa. A maior surpresa foi a queda da Suécia, 3ª colocada em 1994, que não conseguiu chegar nem á repescagem europeia. Na América do Sul, o Uruguai deu um vexame de envergonhar as tradições futebolísticas do país, nas Eliminátorias ficou apenas em 7° lugar, atrás de seleções inexpressivas como Equador e Peru.
Com 32 equipes, a fórmula de disputa teve que ser alterada em relação aos mundiais anteriores. As seleções acabaram divididas em 8 grupos de 4 times, com os 2 melhores de cada chave avançando ás oitavas de final, totalizando 16 classificados. O sorteio, em 4 de dezembro de 1997, foi benevolente com as pretensões francesas. O país pegou um grupo fácil, com Dinamarca, a estreante África do Sul e a fraca Arábia Saudita. Assim, seria possível sonhar com uma decisão contra o Brasil (o que realmente aconteceu), se este também terminasse em primeiro no Grupo A (contra Noruega, Escócia e Marrocos). Nos mata-matas, a novidade era a adoção do ´´gol de ouro`` (um eufemismo para ´´morte súbita``) nas prorrogações. Caso um jogo eliminatório terminasse empatado, venceria a equipe que fizesse o 1° gol no tempo extra.
Os participantes dessa Copa foram: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Bulgária, Camarões, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Croácia, Dinamarca, Escócia, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Irã, Itália, Iugoslávia, Jamaica, Japão, Marrocos, México, Nigéria, Noruega, Paraguai, Romênia e Tunísia. Tendo o Brasil, até então atual campeão mundial, cotado como grande favorito.


Fase de Grupos

Grupo A

Brasil

6 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota.

Noruega

5 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas

Marrocos

4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota

Escócia

1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas

Grupo B

Itália

7 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas

Chile

3 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 3 empates e 0 derrotas

Áustria

2 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 2 empates e 1 derrota

Camarões

2 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 2 empates e 1 derrota

Grupo C

França

9 pontos, 3 jogos, 3 vitórias, 0 empates e 0 derrotas

Dinamarca

4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota

África do Sul

2 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 2 empates e 1 derrota

Arábia Saudita

1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas

Grupo D

Nigéria

6 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota.

Paraguai

5 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas

Espanha

4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota

Bulgária

1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas

Grupo E

Holanda

5 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas

México

5 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas

Bélgica

3 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 3 empates e 0 derrotas

Coreia do Sul

1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas

Grupo F

Alemanha

7 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas

Iugoslávia

7 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas

Irã

3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas

Estados Unidos

0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empates e 3 derrotas

Grupo G

Romênia

7 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas

Inglaterra

6 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota.

Colômbia

3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas

Tunísia

1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas

Grupo H

Argentina

9 pontos, 3 jogos, 3 vitórias, 0 empates e 0 derrotas

Croácia

6 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota.

Jamaica

3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas

Japão

0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empates e 3 derrotas

Oitavas de Final

Itália

1

27/6

Noruega

0

Brasil

4

27/6

Chile

1

França

1

28/6

Paraguai

0

Nigéria

1

28/6

Dinamarca

4

Alemanha

2

29/6

México

1

Holanda

2

29/6

Iugoslávia

1

Romênia

0

30/6

Croácia

1

Argentina

2
(4)

30/6

Inglaterra

2
(3)

Quartas de Final

França

0
(4)

3/7

Itália

0
(3)

Brasil

3

3/7

Dinamarca

2

Holanda

2

4/7

Argentina

1

Alemanha

0

4/7

Croácia

3

Semifinal

Brasil

1
(4)

7/7

Holanda

1
(2)

França

2

8/7

Croácia

1

Disputa do 3° lugar

Croácia

2

11/7

Holanda

1

A Final da Copa

11/7, 21h, Stade de France (St.Denis)

França

3

Brasil

0

Na visão do Brasil, a decisão de 1998 foi perdida de véspera. Ou melhor, de horas antes, quando Ronaldo teve uma convulsão no quarto da concentração, assustando toda a delegação. Jornalistas presentes ao Stade de France chegaram a informar que Edmundo jogaria a final da Copa no lugar do Fenômeno. Ronaldo só foi confirmado momentos antes de começar a partida. Mas estava sem condições físicas depois da convulsão e sua presença, ao contrário de dar ânimo, deixou os jogadores ainda mais nervosos. Na ótica da França, a final foi vencida de véspera. O técnico Aimé Jacquet havia estudado bem a seleção de Zagallo e mudou o esquema que vinha usando na Copa: ao invés do 4-4-2, usou um 4-5-1, com 3 volantes, para marcar os ofensivos laterais brasileiros. Assim, no 1° tempo a França passeou- com direito a uma ´´caneta`` de Zidane em Aldair - e perdeu 4 chances claríssimas. Mas nem tudo foi desperdício: os anfitriões anotaram 2 gols, ambos com Zidane de cabeça após cobrança de escanteio. Na 2ª etapa, o Brasil criou duas boas chances de diminuir, uma com Ronaldo e outra com o Bebeto, e ponto. A equipe se arrastava em campo, mesmo após a expulsão de Desailly, após falta dura em Cafu. Se os franceses não emplacaram uma goleada inesquecível, foi por causa de má pontaria de Guivarc´h e de seu substituto, Dugarry. Mesmo assim, Petit fechou a conta em 3 a 0, aos 47 minutos. Pela 1ª vez, a França era campeã Mundial


Campeã: França


Polêmica da Copa

  7 horas antes contra a França, Ronaldo começou a passar mal dentro do quarto do hotel. Roberto Carlos, seu companheiro de quarto, saiu para pedir ajuda. O dr. Lídio Toledo, médico da seleção, chegou ao quarto e viu Ronaldo babando, deitado e trêmulo. Havia tido uma convulsão. O atacante foi levado a uma clínica francesa para exames mais apurados, que não detectaram nada de anormal. Nesse meio-tempo, emissoras de rádio e TV anunciavam que Edmundo iria jogar no lugar de Ronaldo, sem explicar por quê. Primeiro, especulou-se um problema no tornozelo. Depois, falou-se na convulsão. A essa altura, Ronaldo já estava no estádio e pediu ao técnico Zagallo para ser escalado. Os médicos alertaram que o atacante mal teria condições de andar, muito menos de jogar em alto nível, mas o treinador concordou com a ideia de colocá-lo em campo. Deu no que deu. Para o povo brasileiro, a culpa da perda do título estaria para sempre vinculada á convulsão de Ronaldo e á teimosia de Zagallo em escalá-lo. ´´Se ele não entrasse, iriam falar também. Tem que ter peito para falar na hora. A decisão foi minha. Faria de novo``, declarou Zagallo, dias depois.
  2 anos após a final, Ronaldo até teve que se explicar em um depoimento á CPI da CBF- Nike na Câmara dos Deputados. Um dos deputados chegou a perguntar quem deveria marcar Zidane - autor de 2 gols - na final da Copa. A resposta de Ronaldo: ´´Isso é muito importante para CPI?``. Em 2001, a CPI terminou em pizza.
  O caso de Ronaldo gerou toda sorte de teorias da conspiração. A mais famosa (e maluca) delas é assinada por um sujeito chamado Gunther Schweizer, que dizia ser da TV Globo, e começava com ´´se as pessoas soubessem o que aconteceu na Copa do Mundo, ficariam enojadas``. Segundo essa teoria, o Brasil havia se vendido á Fifa em troca de um título numa Copa futura e de ser aclamado como anfitrião de um Mundial. Ronaldo teria se recusado a entrar no esquema e foi dado como ´´fora de combate`` porque a Nike, que estaria envolvida, teria ameaçado cortar seu patrocínio. Tudo seria provado pelos jornais Wall Street Journal of Americas e Gazzeta dello Sport. Schweizer, na verdade, tinha 26 anos na época, era estagiário de uma empresa do ramo de automóveis e disse á ESPN que nunca escreveu nada a respeito.


Curiosidades

Craque

O atacante brasileiro Ronaldo

Artilheiro

O croata Davor Suker, com 6 gols em 7 jogos

Bola

Tricolore

Mascote

Footix, Galo (foot, de futebol, e ix, terminação de Asterix)

Novidades

1ª Copa com 3 substituições por equipe, para qualquer posição (antes era somente o goleiro) e a criação da morte súbita/gol de ouro na prorrogação, ou seja, quem marcasse primeiro ganhava.

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