Chile 1962
Pré Copa do Mundo
O Chile deve a um brasileiro, Carlos Dittborn Pinto, a realização de uma Copa do Mundo. Nascido no Rio de Janeiro em 1921, filho de um diplomata chileno, ele foi para o país andino com 4 anos de idade e fez carreira como dirigente no futebol do Chile. Na época, o país era o menos cotado entre os 4 candidatos a receber o Mundial de 1962. Mas a Fifa decidiu que, após duas edições seguidas na Europa (1954 e 1958), era a vez de as Américas receberem-isso eliminou a Espanha, que era favorita, e a Alemanha. E Dittborn fez extensa campanha pelo Chile. Deu certo. No dia 10 de julho de 1956, o Chile foi escolhido como sede do Mundial de 1962, por 32 votos (inclusive a do Brasil) contra 10 da rival Argentina.
Cidades e estádios
Cidades-sede: Arica, Rancágua, Santiago e Viña del Mar
Estádios: Carlos Dittborn, Braden, Nacional e Sausalito
Ausências e presenças
Por ser sul-americano, e por causa do terremoto, o Chile temia boicotes ou desistências em massa, como ocorreu em 1930, no Uruguai, e em 1950, no Brasil. Houve 4 desistências- Romênia, Sudão, Egito e Indonésia-, mas isso entre os 53 inscritos. As 14 vagas foram preenchidas. A grande surpresa nas Eliminatórias ocorreu por questões de geografia. Sabe-se lá por que, o Paraguai não jogou o classificatório da América do Sul, e sim o das Américas Central e do Norte- e foi derrotado pelo México. Além disso, os campeões da África (Marrocos) e da Ásia/Oceania (Coreia do Sul) tiveram que duelar contra Espanha e Iugoslávia, respectivamente. Os 2 europeus levaram a melhor. Sendo assim os classificados para a Copa foram: Alemanha, Argentina, Brasil, Bulgária, Chile, Colômbia, Espanha, Hungria, Inglaterra, Itália, Iugoslávia, México, Suíça, Tchecoslováquia, União Soviética e Uruguai, tendo como favoritos o Brasil e a Inglaterra.
A mundial de 62 tinha, basicamente o mesmo formato da disputa de 58. Apenas sem o jogo-desempate, substituído pelo goal average (divisão de gols marcados por gols sofridos). No dia do sorteio dos grupos, em 18 de janeiro de 1962, a entidade criou 4 blocos diferentes: o dos sul-americanos- Brasil, Argentina, Chile e Uruguai-, o dos teoricamente mais fracos- Bulgária, Colômbia, México e Suíça- e dois com outros países europeus. Com isso, nenhum grupo ficou forte ou fraco demais.
Fase de grupos
Grupo A
União Soviética
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
Iugoslávia
4 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Uruguai
2 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Colômbia
1 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Grupo B
Alemanha
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
Chile
4 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Itália
4 pontos, 3 jogos, 1 vitórias, 1 empates e 1 derrota
Suíça
0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empates e 3 derrotas
Grupo C
Brasil
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
Tchecoslováquia
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
México
2 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Espanha
2 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Grupo D
Hungria
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
Inglaterra
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Argentina
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Bulgária
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Quartas de Final
União Soviética
1
10/6
Chile
2
Alemanha
0
10/6
Iugoslávia
1
Brasil
3
10/6
Inglaterra
1
Hungria
0
10/6
1
Semifinal
Brasil
4
13/6
Chile
2
Tchecoslováquia
3
14/6
Iugoslávia
1
Decisão de 3° lugar
Chile
1
16/6
Iugoslávia
0
A Final da Copa
17/6, 14h30, Estádio Nacional
Brasil
3
Tchecoslováquia
1
A expulsão de Garrincha diante do Chile foi avaliada em uma sessão extraordinária do tribunal da Fifa. Nela, o árbitro da semifinal, Arturo Yamazaki, declarou não ter visto a agressão. O auxiliar Esteban Marino foi convocado para depor, mas misteriosamente havia deixado o Chile. Sem seu depoimento, o caso foi arquivado por falta de provas e Garrincha acabou liberado. Contudo, no dia da final, o atacante amanheceu com febre. Dessa forma, não teve o mesmo brilho dos jogos anteriores. Isso facilitou as coisas para a Tchecoslováquia, que abriu o placar aos 15 minutos, quando Masopust aproveitou-se de uma falha na defesa e tocou na saída de Gilmar. Mas o Brasil empatou 2 minutos depois. Amarildo chutou sem ângulo e o goleiro Schroif, um dos melhores da Copa até então, fez golpe de vista. No 2° tempo, a seleção brasileira levou outro susto, quando Djalma Santos, dentro da área, tocou a bola com o braço, após cruzamento de Jelinek. Porém, o árbitro Nikolai Latichev interpretou o lance como ´´bola na mão`` e nada marcou. Em seguida, o Brasil fez 2 a 1. Amarildo recebeu lançamento pela esquerda, driblou Tichy e ergueu a bola para a pequena área, tirando do goleiro e da defesa. Zito, que vinha por trás, desviou de cabeça para o gol. A 12 minutos do fim, Djalma Santos ergueu a bola para a área tcheca. Schroif saiu para pegá-la no alto, mas deixou escapar. Vavá aproveitou o rebote e fez 3 a 1. O Brasil era bicampeão mundial
Campeão: Brasil
Curiosidades
Craque
O brasileiro Garrincha
Artilheiro
O húngaro Florian Albert, com 4 gols em 3 jogos, empatado com os brasileiros Garrincha e Vavá, com o soviético Ivanov, com o chileno Leonel Sanchez e com o Iugoslavo Jerkovic. Mas Albert teve maior média de gols
Bola
Mr.Crack