Brasil-Uruguai 1930

Convocados:
Goleiros:
Joel e Velloso
Zagueiros: Brilhante,
Itália, Oscarino e Zé Luiz
Meio-campo:
Benevenuto,Fausto,
Fernando, Fortes,Hermógenes ,Ivan Mariz e
Pamplona
Atacantes: Araken Patusca,Carvalho Leite,Doca, Manoelzinho Moderato,Nilo,
Poly, Preguinho, Russinho e Theóphilo
Técnico: Píndaro de Carvalho Rodrigues
Na primeira Copa do Mundo, o Brasil nem de longe demonstrou que um dia seria a potência que é hoje no esporte. A seleção chegou ao Uruguai para a disputa do Mundial dividido e sem forças para lutar pelo título. A causa do racha era a briga entre paulistas e cariocas
A rivalidade crescente
acabou se refletindo no futebol. A divergência entre a Confederação
Brasileira de Desportos (CBD), essencialmente carioca, não convidou
membros da Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) para tomar parte da comissão
técnica que iria ao Uruguai. Em retaliação, a Apea não permitiu que
clubes de São Paulo liberassem jogadores à seleção. Apenas o atacante
Araken Patuska conseguiu ir à Copa porque estava brigado com o seu time,
o o Santos.
Sem poder contar com craques como Friedenreich, Feitiço e Del Debbio, a
seleção brasileira fez uma campanha medíocre na primeira Copa do Mundo
da história. Logo na primeira partida foi derrotada pela Iugoslávia por 2 a 1. Nesse jogo, o Brasil
sofreu dois gols no primeiro tempo e, apesar de ter conseguido descontar
na etapa final com Preguinho, não teve forças para obter a virada.
A rivalidade dentro do país era tanta que, ao saber da derrota dos "cariocas" para a
seleção iugoslava, uma pequena multidão aglomerou-se em frente aos
jornais paulistas para comemorar a provável desclassificação do Brasil
no Mundial.
Quando entrou em campo para a segunda partida, diante da Bolívia, a seleção
brasileira já estava eliminada da Copa do Mundo, porque três dias antes
os iugoslavos haviam goleado os bolivianos. Assim, sem compromisso, o
Brasil conseguiu a sua primeira vitória na história do Mundial: 4 a 0,com dois gols de
Moderato e outros dois de Preguinho.
Além da divisão entre Rio e São Paulo, a falta de experiência
internacional e o rigoroso inverno uruguaio também foram apontados como
causas do mau desempenho do Brasil. A famosa "tremedeira"
de alguns jogadores diante dos zagueiros iugoslavos também foi
imensamente divulgada na época da desclassificação precoce.
Além disso, ficou evidente a falta de preparação física dos brasileiros,
que piorou graças à desgastante
viagem de 15 dias de navio a Montevidéu, no Uruguai. Durante a curta
estadia da seleção no Mundial, um jogador destacou-se: o volante Fausto,
do Vasco, que ganhou o apelido de "Maravilha Negra" pelo futebol elegante apresentado