Brasil-México 1986
Convocados:
Goleiros: Carlos, Paulo Victor, Leão
Zagueiros: Edinho, Julio César, Oscar e Mauro Galvão
Laterais: Josimar, Branco e Édson
Volantes: Elzo e Falcão
Meio-campistas: Júnior, Sócrates, Zico, Valdo e Silas
Atacantes: Muller, Careca, Edivaldo e
Casagrande
Técnico: Telê Santana
A participação brasileira na Copa do Mundo de 1986 já estava tumultuada muito antes de a bola rolar no México. O fim do mandato de Giulite Coutinho na presidência da CBF deixou os dirigentes mais preocupados com a disputa eleitoral do que com a preparação da seleção.
Pouco antes das eliminatórias, o técnico Evaristo de Macedo foi substituído por Telê Santana. Antes do embarque, a seleção enfrentou o corte do atacante Renato Gaúcho, afastado do grupo por indisciplina. Em solidariedade ao colega, o lateral Leandro não apareceu no aeroporto.
No desembarque no México, a situação não melhorou. Sem organização, o Brasil não tinha nem campo para treinar. Realizou parte da preparação final em campos emprestados. Além disso, Telê Santana tinha vários jogadores machucados na delegação.
Zico fazia tratamento intensivo e um esforço tremendo para se recuperar a tempo de jogar. Júnior e Sócrates também não estavam em suas melhores condições físicas. A estreia contra a Espanha foi difícil. Com um futebol aquém da expectativa, o Brasil só venceu por 1 a 0 graças ao árbitro australiano Cristopher Bambridge, que invalidou um gol legítimo do espanhol Michel quando o jogo estava empatado.
Contra a Argélia, outra atuação que deixou a desejar: 1 a 0, com gol de Careca. Depois desse jogo, Casagrande, Alemão e Édson foram flagrados bebendo cerveja durante a apresentação de um circo. O episódio ocupou manchetes dos principais jornais e afetou o clima na seleção brasileira.
Na terceira rodada, diante da Irlanda do Norte, Telê Santana escalou o lateral Josimar, convocado às pressas para o lugar de Leandro. Ele entrou, deu conta do recado e até marcou um dos gols na vitória por 3 a 0. Careca fez os outros dois.
Nas oitavas de final, a seleção brasileira jogou sua melhor partida. Com tranquilidade, goleou a Polônia por 4 a 0, mesmo depois de levar um susto com uma bola na trave. Josimar teve outra boa atuação e marcou um belo gol. Careca, Sócrates e Edinho completaram.
Quando parecia que o Brasil estava embalando, os franceses, então campeões europeus, apareceram no caminho. Careca abriu o placar aos 18min de jogo, mas Platini empatou ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, o Brasil teve a chance de vencer quando Branco foi derrubado na área pelo goleiro Bats. Zico, que acabara de entrar no lugar do atacante Müller, apresentou-se para a cobrança. Ele bateu mal, e o goleiro francês defendeu. De grande estrela brasileira, Zico passou a vilão da derrota. A França acabou fazendo 4 a 3 na decisão por pênaltis. Em uma das cobranças francesas, a bola bateu na trave e nas costas do goleiro Carlos antes de entrar. Um tremendo azar.
Nem mesmo as cobranças desperdiçadas por Sócrates e Júlio César fizeram a torcida esquecer o erro de Zico, que carregou o fardo da eliminação em sua triste despedida das Copas do Mundo.