Brasil 1950

Pré Copa do Mundo

Ainda em 1938, ano da Copa do Mundo na França, a Fifa já estudava candidaturas para 1942. O favoristismo era da Alemanha, mas Argentina e Brasil também a queriam. Jules Rimet, presidente da Fifa, chegou a acalentar essa esperança em uma viagem á América do Sul, em 1939.  Consta que ele estava no Rio de Janeiro quando chegou a notícia de que a Polônia havia sido invadida pelos alemães. Foi quando estorou a 2º Guerra Mundial. O conflito só viria a acabar em agosto de 1945.

A guerra cancelou tudo que havia se decidido sobre futuras Copas do Mundo. Obviamente, o Mundial de 1942 não aconteceu. Nem o de 1946, que tinha tudo para ser na Argentina. Só em 25 de julho de 1946 a Fifa reativou a disputa do Mundial e determinou que, para se respeitar o intervalo de 4 anos, ele seria em 1950. Na época, o único dos 3 pré-candiadatos que ainda mantinha interesse em recebê-lo era o Brasil.

Ainda nessa reunião, decidiu-se que o troféu passaria a ter o nome de Jules Rimet, em homenagem aos 25 anos do dirigente á frente da FIfa. Decidiu-se eliminar Alemanha e Japão por causa da guerra. A Itália escapou dessa em reconhecimento a um dirigente italiano, Ottorino Barassi. Quando o conflito estourou, ele escondeu a taça- dizem as lendas que foi numa caixa de sapatos, embaixo da cama, mas ela foi parar em um cofre na Suiça. Não fosse Barassi, a taça poderia se perder. Ou,pior ainda, ser derretida por algum maluco.

Cidades e estádios

Cidades-sede: Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo
Estádios: Independência, Durival de Brito, Eucaliptos, Ilha do Retiro, Maracanã e Pacaembu

Independência
Independência
Eucaliptos
Eucaliptos
Maracanã
Maracanã
Durival de brito* também chamado de Vila Capanema
Durival de brito* também chamado de Vila Capanema
Ilha do Retiro
Ilha do Retiro
Pacaembu
Pacaembu

Ausências e presenças

Dos 32 países inscritos para as eliminatórias, 8 desistiram sem sequer entrar em campo: Argentina, Equador, Peru, Áustria, Indonésia, Birmânia (hoje, Mianmar), Filipinas e Índia. No caso da Argentina por mágoa com o Brasil e no caso da Índia por a Fifa proibir que os jogadores atuem descalços.

Outros desistiram após já estarem classificados. A Turquia alegou dificuldades financeiras. A Escócia ganhou a vaga ao ficar em 2° lugar no grupo da Inglaterra, mas falou que só iria ao Mundial se tivesse ficado á frente dos ingleses. A vaga da Turquia foi ofertada a Portugal, que não a quis. Para o lugar dos escoceses, a entida chamou a França, que havia sido eliminada pela Iugoslávia. Os franceses aceitaram num primeiro momento,mas abriram mão depois que viram a logística, a tabela previa que les teriam que viajar 3.500 km de Porto Alegre a Recife. A Bolívia quase desistiu em cima da hora, querendo mais dinheiro para bancar as diárias no Brasil. Quem bancou a despesa foi a CBD.

Sendo assim, o sistema de disputa da Copa estava definido desde o congresso da Fifa de 1947. Por ideia dos dirigentes brasileiros, a fórmula teria uma fase com 4 grupos de 4 times cada, mas em razão de boicotes e desistências acabou tendo apenas 2 grupos com 4 times, 1 com 3 e outro com apenas 2 times. A equipe que somasse mais pontos em cada grupo avançaria a etapa seguinte. Mas a fase final previa um grupo com 4 times, jogando todos contra todos, sendo o campeão o que somasse mais pontos, nada de jogos eliminatórios.

As 13 seleções eram: Bolívia, Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Iugoslávia, México, Suécia, Suíça e Uruguai. Sendo considerados favoritos Brasil e Inglaterra


Fase de grupos:

Grupo A


Brasil

5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias e 1 empate

Iugoslávia

4 pontos, 3 jogos, 2 vitórias e 1 derrota

Suíça

3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota

México

0 pontos, 3 jogos, 3 derrotas

Grupo B


Espanha

6 pontos,3 jogos, 3 vitórias

Inglaterra

2 pontos, 3 jogos, 1 vitória e 2 derrotas

Chile

2 pontos, 3 jogos, 1 vitória e 2 derrotas

Estados Unidos

2 pontos,3 jogos, 1 vitória e 2 derrotas

Grupo C


Suécia

3 pontos,2 jogos, 1 vitória e 1 empate

Itália

2 pontos,2 jogos, 1 vitória e 1 derrota

Paraguai

1 ponto,2 jogos, 1 empate e 1 derrota

Grupo D


Uruguai

2 pontos, 1 jogo, 1 vitória

Bolívia

0 pontos, 1 jogo, 1 derrota

Fase final

Uruguai

5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias e 1 empate

Brasil

4 pontos, 3 jogos, 2 vitórias e 1 derrota

Suécia

2 pontos, 3 jogos, 1 vitória e 2 derrotas

Espanha

1 pontos, 3 jogos, 1 empate e 2 derrotas

A decisão da Copa

16/7, 15h, Maracanã

Brasil

1

Uruguai

2

´´Vós, brasileiros, que em poucas horas serei aclamados por milhões de compatriotas. Vós, a quem já saúdo como vencedores...`` foi um dos trechos do discurso do prefeito do Rio de Janeiro, Ângelo Mendes de Moraes, pouco antes da partida que decidiria a Copa de 1950. O clima de ´´já ganhou`` tomava o Maracanã, e nem era culpa só de Moraes. Quase ninguém no estádio, e provavelmente ninguém entre os brasileiros, imaginava que o título fosse escapar dentro de casa, com a equipe precisando apenas de um empate, por ter mais pontos (4 a 3)- uma peculiaridade do regulamento da Copa. Esqueceram-se, porém, que do outro lado havia um adversário arrojado, que com o passar dos minutos conseguiu segurar o poderoso ataque brasileiro. O Brasil só foi fazer um gol aos 2 minutos da etapa final, com Friaça. E o Uruguai passou a forçar as jogadas pela ponta-direita. Aos 21 minutos, Ghiggia cruzou e Schiaffino empatou. Segundo as histórias da época, o Maracanã calou-se com o gol. Na verdade, o estádio só se calou mesmo aos 34 minutos, quando o Ghiggia passou por Bigode sem dificuldades e arrematou antes da chegada de Juvenal. O chute foi de perto e Barbosa não conseguiu defender. Para surpresa geral, o Uruguai venceu e era o campeão do mundo. A derrota ganhou o nome de ´´Maracanazo`` e se tornou a mais dolorosa da história do esporte nacional. Dolorosa, não vexamnosa; a definição de vexame seria atualizada em 2014, mas isso é outra história.

Campeão: Uruguai


Curiosidades


Craque

O uruguaio Alcides Ghiggia

Artilheiro

O brasileiro Ademir de Menezes com 9 gols em 6 jogos

Bola

Super Duplo T

Polêmica

O brasileiro, que tanto gosta de criticar a arbitragem, nem se lembrou do árbitro daquela final, o inglês George Reader. Ninguém o culpou de ter encerrado a partida no exato momento em que Ademir ganhava no alto, do goleiro uruguaio Máspoli e poderia, assim, marcar o gol de empate

Novidade

1ª Copa em que era obrigatório a numeração na camiseta dos jogadores
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