Alemanha 1974
Pré Copa do Mundo
Desde os anos 30, a Alemanha tinha interesse em receber uma Copa do Mundo. Provavelmente o país seria sede do Mundial de 1942, mas houve uma Segunda Guerra Mundial no meio do caminho. As pretensões para 1962 ruíram porque a Fifa resolveu que iria escolher um sul-americano (no caso, Chile). Em 1964, após a realização de um congresso em Tóquio, a Fifa confirmou que a Alemanha receberia o Mundial de 1974.
A Copa na Alemanha foi um divisor de águas. Havia um novo troféu em disputa - a Copa do Mundo Fifa, criada pelo italiano Silvio Gazzaniga - e a perspectiva de que o torneio crescesse. 2 dias antes da abertura do Mundial, a Fifa elegeu um novo presidente, o brasileiro João Havelange. Ele derrotou o inglês Stanley Rous, no cargo desde 1961, graças ao apoio dos países sul-americanos, africanos e asiáticos, maioria entre os 140 filiados á Fifa. A principal promessa de Havelange era aumentar para pelo menos 20 o número de países em uma Copa, medida que beneficiaria diretamente suas bases eleitorais. A partir de 1974, dinheiro e política passaram a ser, mais do que nunca, a mola propulsora das Copas
Cidades e estádios
Cidades-sede: Berlim, Dortmund, Düsseldorf, Frankfurt, Gelsenkirchen, Hamburgo, Hannover, Munique e Stuttgart
Estádios: Olímpico, Westfalenstadion, Rheinstadion, Waldstadion, Parkstadion, Volksparstadion, Niedersachsenstadion, Olímpico de Munique e Neckarstadion.
Presenças e ausências
Ao todo, 94 equipes se inscreveram nas Eliminatórias. Pelo menos duas ilustres seleções ficaram de fora: Inglaterra e União Soviética. Esta última teve que disputar uma vaga contra o Chile. O 1° jogo, em Moscou, terminou 0 a 0. Oficialmente, os soviéticos se recusaram a disputar a partida de volta, em Santiago, em protesto contra o golpe militar no país. Extraoficialmente, havia medo de sofrer uma derrota em Santiago, ficar sem vaga e acabar na Sibéria. Já os ingleses, perderam a vaga em um empate contra a Polônia em pleno Wembley.
Sem algumas equipes tradicionais, o Mundial recebeu vários países exóticos. Como a Austrália, equipe composta por iugoslavos e ingleses naturalizados. Ou o Haiti, que teve forças para desbancar o México. Ou o Zaire, o ´´esquadrão dos Leopardos``, 1° representante da África Subsaariana. Ou a Alemanha Oriental, que estreava em Copas atuando exatamente na irmã ocidental.
A fórmula mudou em relação á Copa anterior. A 1° fase era como sempre, mas os tradicionais mata-matas ficariam de lado. Em 1974, a 2° fase teria 2 grupos com 4 equipes cada. O 1° colocado de cada grupo disputaria a final, os 2 segundos colocados disputariam o 3° lugar. Com 6 partidas a mais, haveria mais espaço para publicidade- portanto, mais dinheiro em jogo. Além disso, a Fifa definiu ainda que o jogo de abertura caberia ao campeão mundial (no caso, o Brasil), e não mais ao país sede, como ocorria desde 1958. Brasil, Alemanha e Itália eram considerados favoritos, mas Polônia e Holanda também eram citados. Os poloneses eram os atuais campeões olímpicos. Já a Holanda, tinha como base o Ajax tricampeão europeu (1971,72 e 73) e pelo uso de um esquema de jogo que surpreendia os adversários, ainda presos a táticas conservadoras.
Fase de grupos
Grupo A
Alemanha Oriental
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
Alemanha
4 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Chile
2 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 2 empates e 1 derrota
Austrália
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Grupo B
Iugoslávia
4 pontos, 3 jogos, 1 vitórias, 2 empates e 0 derrotas
Brasil
4 pontos, 3 jogos, 1 vitórias, 2 empates e 0 derrotas
Escócia
4 pontos, 3 jogos, 1 vitórias, 2 empates e 0 derrotas
Zaire
0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empate e 3 derrotas
Grupo C
Holanda
5 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
Suécia
4 pontos, 3 jogos, 1 vitórias, 2 empates e 0 derrotas
Bulgária
2 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 2 empates e 1 derrota
Uruguai
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Grupo D
Polônia
6 pontos, 3 jogos, 3 vitórias, 0 empates e 0 derrotas
Argentina
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Itália
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Haiti
0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empate e 3 derrotas
Quartas de Final-Grupo 1
Holanda
6 pontos, 3 jogos, 3 vitórias, 0 empates e 0 derrotas
Brasil
4 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Alemanha Oriental
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Argentina
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Quartas de Final- Grupo B
Alemanha
6 pontos, 3 jogos, 3 vitórias, 0 empates e 0 derrotas
Polônia
4 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Suécia
2 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Iugoslávia
0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empate e 3 derrotas
Disputa do 3° lugar
Polônia
1
10/7
Brasil
0
A final da Copa
7/7, 16:00, Estádio Olímpico de Munique
Alemanha
2
Holanda
1
Pelo futebol que havia apresentado na Copa, a Holanda era vista como favorita. O time deu a saída, trocou 15 passes e Cruyff arrancou com a bola da intermediária, entrou na área e foi derrubado por Vogts. Pênalti que Neeskens converteu com um chute forte no meio do gol. Aí os alemães tocaram na bola pela primeira vez, para reiniciar a partida. E acabaram com o show holandês, já que Vogts praticamente não deixou mais Cruyff pegar na bola. Aos 25 minutos, Breitner empatou, ao cobrar um pênalti de Jansen em Hölzenbein. Aos 43, Bonhof driblou Haan na área e cruzou rasteiro. Müller se antecipou a Krol e dominou esquisito, mas depois conseguiu rolar a bola no canto direito do goleiro Jongbloed. Ao fim do primeiro tempo, a Alemanha vencia por 2 a 1. Na etapa final, com René Van de Kerkhof no lugar de Rensenbrink, a Holanda foi para cima. Maier teve trabalho para cortar cruzamentos- só em escanteios foram 8- e Breitner salvou um gol de cima da risca. Mas na maior parte do tempo a pressão holandesa era estéril. A Alemanha tinha espaço para contra-atacar e só não aplicou uma goleada por causa do árbitro John Taylor. Aos 12 minutos, ele anulou um gol legítimo de Müller, ao marcar impedimento- Rijsbergen dava condição de jogo. Nos minutos finais, Hölzenbein sofreu outro pênalti de Jansen, muito mais claro que o do 1° tempo, mas Taylor deixou passar. Mesmo assim, a Alemanha se tornou a primeira campeã da nova era.
Campeão: Alemanha
Curiosidades
Nova taça
Craque
O holandês Johan Cruyff
Artilheiro
O polonês Grzegorz Lato; com 7 gols em 7 jogos
Bola
Telstar Durlast
Mascote
Tip e Tap, 2 irmãos usando camisetas que remetem á Copa de 1974.