África do Sul 2010
Pré Copa do Mundo
A organização de uma Copa do Mundo na África começou e terminou cercada de controvérsias. Em 2000, África do Sul e Alemanha disputaram a candidatura para o Mundial de 2006. Os alemães venceram por um voto numa eleição em que um dirigente da Nova Zelândia, que tendia a escolher os sul-africanos, ausentou-se sem motivo. Constrangido, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, garantiu o Mundial de 2010 no continente africano. Em 15 maio de 2004, a entidade homologou a África do Sul, que derrotou Marrocos e Egito. A Tunísia havia desistido na véspera e a Líbia foi descartada no dia.
A África do Sul continuou sofrendo depois. A Fifa passou a adotar o padrão alemão de organização de uma Copa. E a África do Sul não é a Alemanha. Tinha problemas de infraestrutura, greves, corrupção e violência nas ruas. Por causa disso, nunca ganhou confiança dos dirigentes e mais de uma vez especulou-se que a Fifa iria trocar a sede. Até a hora de a bola rolar, o risco de violência incomodou. Em janeiro de 2010, a seleção de Togo sofreu um atentado quando viajava a Angola para a disputa da Copa das Nações Africanas. O presidente do comitê executivo do Mundial, Danny Jordaan, teve que ir a público para dizer que Angola ficava a milhares de quilômetros e não havia razão para relacionar o atentado com a África do Sul.
Cidades e Estádios
Cidades-sede: Bloemfontein, Cidade do Cabo, Durban, Johannesburgo, Nelspriut, Polokwane, Port Elizabeth, Pretória e Rustenburgo.
Estádios: Free State, Green Point, Moses Mabhida, Ellis Park, Soccer City, Mbombela, Peter Mokaba, Nelson Mandela Bay, Loftus Versfield e Royal Bafokeng.
Presenças e Ausências
200 países - incluindo a campeã mundial Itália - se digladiaram nas Eliminatórias. Na Oceania (que dava uma vaga na repescagem), a Austrália desfiliou-se e pediu inscrição na Ásia (com 4 vagas em disputa e mais uma na repescagem). Os australianos conseguiram a classificação. Ironicamente, a Fifa determinou que a Oceania deveria disputar a vaga contra o 5° colocado asiático. E a Nova Zelândia, campeã da Oceania, foi á Copa após eliminar o Bahrein.
Na Europa, a França só se classificou na repescagem, diante da Irlanda, graças a um gol no qual o atacante Henry ajeitou a bola com o braço antes de passá-la para Gallas marcar. Só o árbitro, o sueco Martin Hansson, não viu. Já a Rússia, ficou em 2° nas eliminatórias no grupo da Alemanha, porém foi eliminada na repescagem pela Eslovênia pelo critério do gol fora de casa. Na América do Sul, a Argentina viveu diversas crises internas. O técnico Alfio Basile acabou demitido e foi substituído por Diego Maradona, que, ao que consta, teria conspirado para tomar-lhe o cargo. Maradona defendia a realização de partidas na altitude, algo que a Fifa tentou proibir- e viu sua seleção levar 6 a 1 da Bolívia nos 3.200 m de altitude de La Paz. A Argentina só garantiu vaga na Copa graças a um gol impedido de Palermo no finzinho da partida contra o Peru e a uma vitória sobre o Uruguai na última rodada.
O regulamento e a fórmula era exatamente igual á de 2006. Os partcipantes eram: África do Sul, Alemanha, Argélia, Argentina, Austrália, Brasil, Camarões, Chile, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Costa do Marfim, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, França, Gana, Grécia, Holanda, Honduras, Inglaterra, Itália, Japão, México, Nigéria, Nova Zelândia, Paraguai, Portugal, Sérvia, Suíça e Uruguai. Brasil e Espanha, atuais campeões de seus respectivos continentes eram os mais cotados para uma eventual final.
Fase de grupos
Grupo A
Uruguai
7 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
México
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
África do Sul
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
França
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Grupo B
Argentina
9 pontos, 3 jogos, 3 vitórias, 0 empates e 0 derrotas
Coreia do Sul
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Grécia
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Nigéria
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Grupo C
Estados Unidos
5 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas
Inglaterra
5 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas
Eslovênia
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Argélia
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Grupo D
Alemanha
6 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Gana
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Austrália
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Sérvia
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Grupo E
Holanda
9 pontos, 3 jogos, 3 vitórias, 0 empates e 0 derrotas
Japão
6 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Dinamarca
3 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 0 empates e 2 derrotas
Camarões
0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empates e 3 derrotas
Grupo F
Paraguai
5 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas
Eslováquia
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Nova Zelândia
3 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 3 empates e 0 derrotas
Itália
2 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 2 empates e 1 derrota
Grupo G
Brasil
7 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 1 empate e 0 derrotas
Portugal
5 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 2 empates e 0 derrotas
Costa do Marfim
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Coreia do Norte
0 pontos, 3 jogos, 0 vitórias, 0 empates e 3 derrotas
Grupo H
Espanha
6 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Chile
6 pontos, 3 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 1 derrota
Suíça
4 pontos, 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Honduras
1 ponto, 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 2 derrotas
Oitavas de Final
Uruguai
2
26/6
Coreia do Sul
1
Estados Unidos
1
26/6
Gana
2
Alemanha
4
27/6
Inglaterra
1
Argentina
3
27/6
México
1
Holanda
2
28/6
Eslováquia
1
Brasil
3
28/6
Chile
0
Paraguai
0
(5)
29/6
Japão
0
(3)
Espanha
1
29/6
Portugal
0
Quartas de Final
Holanda
2
2/7
Brasil
1
Uruguai
1
(4)
2/7
Gana
1
(2)
Alemanha
4
3/7
Argentina
0
Espanha
1
3/7
Paraguai
0
Semifinais
Holanda
3
6/7
Uruguai
2
Espanha
1
7/7
Alemanha
0
Disputa do 3° lugar
Alemanha
3
10/7
Uruguai
2
A Final Da Copa
11/7, 20h30, Estádio Soccer City
Espanha
1
Holanda
0
Espanha e Holanda chegaram á final com números impressionantes. Desde o título na Eurocopa de 2008, os espanhóis perderam apenas duas partidas - a semifinal da Copa das Confederações diante dos Estados Unidos e a derrota para a Suíça, no próprio mundial - e venceram todas as outras 30. No mesmo período, os holandeses ostentavam 25 jogos de invencibilidade, sendo 19 vitórias (6 delas na Copa) e 6 empates. Na decisão, no lado espanhol, o técnico Vicente del Bosque promoveu a entrada do meia-atacante Pedro no lugar de Fernando Torres. Com isso, Villa jogou de centroavante e ficou preso na marcação adversária. A Holanda tinha os retornos do lateral Van der Wiel e do volante De Jong. O mesmo quase foi expulso quando deu uma solada no peito de Xabi Alonso, ainda na 1ª etapa. O árbitro inglês Howard Webb, aliviou e deu apenas cartão amarelo. Num jogo amarrado, houve domínio territorial espanhol (57% de posse de bola total), mas a Holanda criou as duas melhores chances. Nas duas, o goleiro Casillas fez milagres aos pés de Robben. Com o empate sem gols, veio a prorrogação. Aos 2 minutos, o árbitro ignorou um pênalti de Heitinga em Xavi. Apenas 2 minutos depois, o mesmo Heitinga puxou Iniesta na meia-lua e acabou expulso. A Espanha que já havia criado 3 chances claras de gol, acabou premiada aos 11 minutos. Após mais uma troca de passes da equipe, Iniesta dominou na área e fuzilou o goleiro. Enfim, uma geração espanhola vingava no futebol mundial, e a ´´fúria``, como é conhecida a Espanha finalmente se sagrava campeã mundial.
Campeã: Espanha
Jogo Histórico
2/7, 21h, Estádio Soccer City
Uruguai
1
(4)
Gana
1
(2)
A partida entre Uruguai e Gana poderia, pela 1ª vez, colocar uma seleção africana em uma semifinal de Copa do Mundo. Gana saiu na frente, com um belo gol de Muntari num chute de longe. O Uruguai empatou com Forlán, de falta. O jogo, que parecia terminar empatado após o tempo regulamentar e a prorrogação não pelo que aconteceu em 119 minutos de bola rolando, e sim pelo que ocorreu no último minuto: após bola levantada na área uruguaia, o goleiro Muslera saiu mal. John Mensah escorou e Appiah, na pequena área, chutou. Suárez, de canela, evitou o gol em cima da risca. A bola subiu e Adiyiah cabeceou á queima-roupa. Suárez saltou e espalmou brilhantemente a bola que tinha as redes como endereço certo. Só que Suárez é atacante. O árbitro não titubeou: marcou pênalti e o expulsou. Gyan, que tinha marcado 2 gols de pênalti para Gana, chutou no travessão. E Suárez deixou de ser considerado o vilão de uma iminente eliminação. Á beira do campo, seu choro rapidamente deu lugar a urros de alegria. A decisão foi para os pênaltis. Muslera defendeu as cobranças de John Mensah e Adiyiah. Os sul-americanos tinham acertado 3 de 4 pênaltis batidos. Se Loco Abreu convertesse o 5° chute, daria a classificação ao Uruguai. Ele cobrou com ´´cavadinha``. Instantes após a cobrança, e instantes antes de a bola efetivamente entrar, os uruguaios já comemoravam o gol e a classificação para as semifinais, após 40 anos.
Curiosidades
Craque
O meia-atacante uruguaio Diego Forlán
Artilheiro
O atacante alemão Thomas Müller com 5 gols em 6 jogos
*ele ficou empatado em gols com David Villa, Diego Forlán, e Wesley Sneijder porém teve maior média de gols
Bola
A inesquecível Jabulani
Mascote
O leopardo Zakumi; Za: África do sul na internet + kumi: dez